domingo, 18 de setembro de 2011

Marte C Terra

Jacques-Louis David, The Combat of Mars and Minerva, 1771

E alguém lhe ofereceu uma casa em Marte. E ele aceitou. O frio, a solidão, o vazio e escuridão do planeta não podia o deprimir mais do que sua vida na Terra. E ele pensou como mais tarde, ele iria às estrelas, e depois suavemente pousaria em seu novo lar.
E ele a conheceu, e ela era tão diferente de tudo que ele já vira. Tudo o que dizia era tão novo e estranho. Mas dizem, os opostos se atraem, e ele pensou, "Se ela não é como eu, ela me completa".
Então seu plano saíra errado, e o que ele esperava, subiu no trem das 4 e o fez perder-se. E tudo foi tão erradamente perfeito.
"Se ela não é como eu, ela me completa".
Sua inicial o lembrava seu novo lar, sua quietude, frieza, seu mistério o faziam lembrar. E tudo fazia sentido. Ele estava em Marte, o frio, o distante, escuro, o novo, desconhecido.
Mas Marte não dura para sempre, assim como todo o resto. Às vezes só o vemos por uma noite, então vem o Sol e o esconde, e na noite seguinte, quando você o procura, Marte não está mais lá.
E ele encontrou alguém como Marte, seu novo lar. "E se ela não é como eu, ela me completa".
E ele concluiu que, se estamos todos sozinhos, significa que estamos todos juntos em alguma coisa.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Crônicas de uma ilha - Parte 2

François-Edouard Picot, Cupid and Psyche, 1817

Ela arruma as malas, dobrando peça por peça e colocando aleatoriamente. Embora pareça calma, por dentro está explodindo, sentimento visível para quem a olha nos olhos e vê lágrimas escorrerem, e vê como o espírito humano pode se desintegrar tão rápido como a folha que cai da árvore nesse outono. Sem vida, inerte, sem esperanças. Ela fecha a mala e a põe na costa, enquanto levanta a de mochila vermelha de rodas do chão. Caminha para a porta. Espere, ele diz. Ela para. Onde no tempo nós nos perdemos, onde erramos, estava tudo correndo bem e de repente como se de um segundo à outro, tudo mudou. Roma estava queimando, e nada podíamos fazer. E ele concorda com ela. De repente os Verões não eram mais brilhantes, os Invernos congelaram, e a cada brisa que assoprava, nós falhavámos em algo, e eu acho que tudo isso é culpa sua. Queríamos o amor perfeito, queríamos o mundo, mas você não pode sempre ter tudo o que quer. Ela sai.
Ele passa a noite sentado na sala, em meio a garrafas, comprimidos e 2 maços de cigarro, o disco do Rolling Stones roda enquanto outra carreira de cocaína some do espelho na mesa de centro mogno. Ele imagina o avião dela decolando e passando por cima da casa, há quilômetros de distância no céu. E o avião passa, enquanto ele observa, tão alto quanto. Observando o mundo do espaço. Estamos todos sós. Ele diz. Todos tão assustados e perdidos, que fazemos qualquer coisa para encontrarmos alguém capaz de se afundar junto, queimando todas as últimas esperanças de nos sentirmos vivos, que nos agarramos a qualquer vestígio de calor e o seguramos até destruir mais uma chance e desesperados continuamos procurando.

domingo, 29 de maio de 2011

Crônicas de uma ilha

Robert Hubert (1733-1808), O incêndio de Roma
"Roma está queimando, ele diz, enquanto serve para si próprio outro drinque. Ainda sim, aqui estou, até os joelhos em um rio de vaginas. Lá vamos nós, ela pensa. Outra auto piedade, encharcada a uísque, discursando sobre como tudo o que é foda está no passado. E como todos nós, pobres almas, nascemos muito tarde para ver os Stones em – qualquer lugar, ou cheirando a boa cocaína, como aquela que eles cheiraram no Studio 54 – bem, todos nós simplesmente perdemos o sentido de praticamente tudo pelo que vale a pena viver. E a pior parte foi que, ela concordou com ele. E lá vamos nós, ela pensou, na beira no mundo – na ponta do abismo da civilização ocidental e todos nós estamos tão desesperados para sentir alguma coisa... qualquer coisa... que nós continuamos caindo uns sobre os outros e fodendo nossos passos em direção ao fim dos dias."

sexta-feira, 11 de março de 2011

Conto - Desintegração

Foram anos de bebedeiras e diversão, noites de bordeis e orgias. Ah, como é bom relembrar os tempos passados, onde a vida era apenas esperar a próxima festa, a próxima mulher ou a próxima vagina. Onde as responsabilidades de limitavam a faculdade, trabalho e aproveitar as noites de calor sob um céu luminoso. Dizia a si mesmo Heleno, enquanto urinava no banheiro de sua casa e reparava nos detalhes floridos do azulejo. Violetas e rosas em baixo relevo.

Mas tempos passados devem ser deixados somente na lembrança, agora Heleno tinha uma esposa, cuja personalidade o enfeitiçara em uma noite de outubro e a beleza o fazia salivar até o presente dia. E mais, tinha uma bela filha de apenas três anos, uma menina com belos cabelos dourados e olhos castanhos, alegre e sorridente, traços de sua bela mãe. Uma família comum em meio à normalidade das outras que ao redor seguem suas vidas medíocres.

Heleno é um produtor cinematográfico, atualmente dirigindo em maioria vídeos musicais do que produções para o cinema. A noite relembra os dias em que passava horas nos sets, e vivia rodeado de belas atrizes e amigos. Eram festas e festas onde a bebida, droga e sexo eram livres e ele regozijava pela vida que conquistara. Mas era solitário. O sexo, álcool e cinema não era o suficiente.

Um dia encontrou, durante uma festa, Ana Helena, uma bela atriz que atuava no filme em que ele dirigia. Eles conversaram e beberam. Heleno a levou para casa, lá puderam ficar mais íntimos e em uma atmosfera regada a bebidas e cocaína, eles se beijaram, Ana Helena tirara a camiseta rapidamente enquanto Heleno beijava seu abdômen, e descia a boca até a cintura dela, ele tira a calça da atriz e com a língua a faz suspirar até alcançar o êxtase. Ao perceber que ela estava pronta o homem tira a calça e já em cima de Ana, beija-a enquanto a penetra. O casal chega ao orgasmo rapidamente com alguns segundos insignificantes de diferença.

O sexo, o dialogo, o calor da mulher faz com que Heleno se sinta como nunca antes e ele percebe que encontrou o que procurava há incontáveis nebulosos dias. Ana Helena parece sentir o mesmo. O amor. Os olhos dela brilhavam a cada beijo, e a cada dia em que passava juntos, Eu te amo, ela dissera. Você é minha vida, ele respondera. E logo uma paixão acendera

Seis meses depois daquela inesquecível noite, Heleno chega a sua casa, Helena, venha cá. Sim, tá tudo bem?, ela deixa de lado suas anotações e scripts e ao entrar na sala de estar, vê seu namorado ajoelhado com uma aliança em mãos, Eu sei como você gosta desses clichês de cinema, então estou aqui pedindo-lhe em casamento. Você está falando sério?, ela sorri e o beija ternamente. Sim. Naquela noite eles bebem a garrafa de vinho que em sua adega envelhecia, cheiram a cocaína que tinham e fumam a maconha que ainda restava na casa. Era uma noite de fantasia, era a vida sendo celebrada. O sexo daquela noite foi incrível, os beijos e toques ferviam, os orgasmos, intensos. A sensação era viciante, o prazer era maior que quando eles transavam drogados. Talvez fosse o amor. Minha mulher.

E assim o foi por dias. E assim o foi até Ana Helena engravidar. Um filho mudara tudo. A seriedade agora era verdadeira, era o fim das noites de bebedeiras e drogas. Mas era maravilhoso. Heleno sentia cada vez mais distante dos sentimentos de solidão que o maltratavam outrora. 

Esta noite foi incrível. A família jantara fora, em um belo restaurante, com jasmins na sacada e teto ornamentado. Comeram bem e sorriram. Às 21 horas partiram. Já em casa, a criança no berço dormia. E o casal ria na frente da TV enquanto assistiam a um filme de Woody Allen. Era tarde quando Heleno olhara para a face de sua amada e reparara que ela já dormia. Ele se levanta e vai ao banheiro. Enquanto repara nos azulejos e relembra como era a “vida antes da vida”, um filme passa diante de seus olhos, toda sua vida no passado, todas as memórias, sensações, dores. E então, seu seio congela, seu sangue para diante do derradeiro filme de seu futuro. Ele percebe que toda sua vida está definida. Toda sua história já está escrita. Todos os anseios de sua alma, pela liberdade de guiar seus próprios passos foram desintegrados pelo caminho que ele mesmo escolhera. Ele ama sua família, adora conversar com sua esposa, beijá-la, transar com Ana Helena é incrível. Ama sua filha como nunca amou nada, daria sua vida por ela. Mas abrir mão de sua liberdade de viver fora de uma predefinição o faz tremer de desespero. Heleno se sente sufocado, desnorteado. E sentimentos indescritíveis para quem nunca sentiu, passam por sua cabeça. 

Ele volta para a sala e olha para sua esposa amada. Beija-a na testa e a cobre. Uma carta na escrivaninha é deixada por suas tremulas mãos. Heleno pega a chave de seu carro, e saí para a rua. Liga seu Sedan e cheira três carreiras de cocaína, enquanto o rádio toca Disintegration do The Cure. I never said I would stay to the end. E o carro parte.

 EDIT1: Olá, obrigado por ler meu conto. Alguns reclamaram de estar muito sucinto, sem mostrar mais sobre a filha deles, e o fim da esposa e mesmo de Heleno. Porém, se eu escrever um livro aqui (e eu gostaria), ninguém leria, então tenho que ir por partes curtas. "Capítulos". Caso os comentários sejam favoraveis, criarei a carta que Heleno deixou, explicando mais os motivos. E talvez continue a história. Enfim, depende de vocês. rs

Abraços.

domingo, 6 de março de 2011

Até que a morte nos separe

O amor. Como é gostoso, nos deleitamos com o que nos proporciona, o carinho, o beijo, os orgasmos, as experiências. Às vezes sabemos que essa dádiva vai terminar (sempre sabemos, mas não querermos acreditar). Mas terminará de forma natural. Triste, cortante, mas esperada.
Só que às vezes acontece a merda da variável mais dolorida. A traição, o mal julgado adultério. E sofremos ainda mais, e nos perguntamos, por que aquele filhaº da puta fez isso, E você se sente enojado por seu amor ter posto a boca, talvez na boca, talvez no órgão sexual de outrem. Por ter apunhalado sua confiança.

Enfim, tudo isso que vos escrevi foi só o prelúdio do meu objetivo neste texto. Nosso maior erro, chamado monogamia. Que terrível tortura que nos impomos a sofrer. Casamentos e namoros acabam, vidas se destroçam, corações se partem, mas recusamo-nos a admitir o erro. Pois fugir do tradicional é a grande muralha para a ascensão social humana.

Nós homens e mulheres somos animais. Nossos ancestrais foram poligâmicos (trepavam com vários parceiros). Por questão de sobrevivência. E isso ainda está em nossos genes. Ei que em um curto espaço de tempo tentamos mudar nossos instintos. Deu errado.
Casais não duram para sempre. O relacionamento rui. Porque a procura por outro é natural. A busca por outro parceiro é instintiva. Somos todos, poligâmicos enrustidos.

Não me julgue um maldito canalha. Mas quem nunca pensou, Eu transaria com aquela gostosaº. Mais de uma vez? Culpado aqui também. E você o faria, mesmo. Nada melhor para um relacionamento, que trepar com um terceiro. Evita a rotina, desgaste, mesmice, enjoo, perda da química do casal. (Já ouviu ou disse essas palavras antes, não é?) E depois que você goza com outra pessoa, sente falta da anterior. Essa é a merda chamada amor, meus amigos. Isso não pode significar que casamentos podem dar certo? Acho que sim.

O amor é uma doença, o relacionamento longo é a cura. A poligamia nos mantem doentes.
E não me venha com essa merda de mulherzice de que o verdadeiro amor supera tudo. Você vai querer o pênis de outro homem em você um dia. E seu homem desejará a próxima um dia.

E então, o que nos fez crer que a monogamia funcionaria? Qual foi a porra de religião que plantou essa ideia na cabeça de nossos tataravôs indígenas?
Querida dezena de leitores esporádicos desse nada original blog, nós humanos não fomos criados para tanta realidade. E a monogamia é isso, a realidade em essência de como é a vida (que nós mesmos, em nossa ingenuidade, criamos, diga-se de passagem. Irônico?). Já a poligamia é a fantasia materializada, é viver um ato novo por vez, sem ler a peça integra. É tocar um movimento, e criar os próximos até formar a ode. É a realidade mensurada a nossa capacidade.

Mas nunca diga que o amor não existe. Eu amo alguém. Mas te comeria.


EDIT: Após ler os comentários, vi que causei alguma polêmica. Bem, não procuro uma desculpa para ser um cretino. Suportaria ser isso sem desculpas. Estou colocando de lado meu apreço pelo ultrarromantismo e sendo realista. Realista. Não cretino.
EDIT2: Também após os comentários, posso dizer que esqueci de mencionar que "toda regra tem uma exceção". Poria tal citação por ética, ou clichê. Mas logo diria que não acredito nisso, e que um dia, todo mundo vai sentir atrações por outros.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Breve conto ultrarromântico

Ary Scheffer, 1835 "Os fantasmas de Paolo e Francesca da Rimini aparecem perante Dante e Virgílio"
Então era isso. Foi um semestre divertido e de pouco aprendizado. Comum em toda sua decadente rotina. A hora de descansar já se aproximava e beijava sua face entediada, e ele dizia a si mesmo, é a mesma merda de mesmice de sempre. Tudo andava nas linhas do destino pré-escrito.
Não fosse uma mulher. De onde ela surgira? Ele não sabia, nunca reparara nela, na verdade ela não era de grande beleza, tinha uma bunda excitante mas os peitos pequenos, era quieta e não se destacava em nada. Mas tinha tudo em seu lugar. Sabia ser sensual. Mas nunca reparara nela antes desse derradeiro dia. Mas ela o fez. E decidiu contar seus desejos quanto a ele.

Certo dia, numa noite qualquer quando as últimas folhas do outono caíam, ela contara que sempre o admirara, e o quisera. Ela o enfeitiça, se joga de corpo e libido em suas calças e desejos. Mas ele resiste. Ela não tem os atributos de uma "gostosa padrão", é inferior a ele em vários aspectos. Mas é direta, experiente, excitada, ela o deixa ereto apenas com suas palavras.
Seus diálogos sempre acabam em sexo. Oral, posições, experiências, fantasias. Promessas. E a resistência dele rui. A promessa de um orgasmo inesquecível é mais forte que nós, humanos. E ele é um romântico, apaixonado por mulheres, escravo do prazer.
Então eles se encontram. É noite, a Lua sorri mas esconde sua face, para os amantes noturnos terem privacidade. O vento sobra sua gelada brisa de outono. Um arrepio sobe pela espinha dele, mas não foi o vento. A língua da mulher, que fez um movimento que ele nunca sentirá. Eles se beijam, se tocam, até que seus dedos não estejam mais secos. Suspiros à noite, línguas em todos os pontos erôgenos e palavras sujas. Como palavras sujas podem transformar o sexo oral.

Mas ele sabe que aquilo tudo é passageiro. Morrerá junto com as férias. Eles são muito diferentes. Ele é muito inteligente para ela, os diálogos não são completos. Ele é inconstante, enjoa rápido, se apaixona fácil. Ela não tem a beleza que o excita, só o sexo. Ela não é o melhor que ele pode conseguir, e ela sabe de tudo isso.
Talvez essa tenha sido a razão daquela noite ser tão gostosa. Para uma transa, nada melhor que o conhecimento do fim. A agonia da separação. Pois a entrega total, tanto no sexo como no amor, se deve a precariedade da relação. O humano mergulha fundo quando sabe que tudo é só uma fantasia, e que vai acabar.

A casa está vazia, silenciosa, o mundo abre os caminhos para que ela se abra. O beijo aquece o casal,  orgasmos os acendem. E eles transam, enfim. O começo é sempre mais difícil, mas ela já está molhada. E logo o movimento constante dos corpos flui como o vento que sopra lá fora. Entre suspiros e carícias o romantismo passa, dando lugar ao suor e ao êxtase. Ela agarra as costas do homem, é um sinal, um pedido, que ele entende e acelera. Gemem. Ela, então, fica por cima, senta como rainha de um submundo sensual, em seu trono fálico e goza de prazer. Ele a pega de quatro, como ela gosta, e à pedidos, a penetra o mais rápido que pode. Quase ao mesmo tempo eles gozam. Toda a tensão de duas décadas de vida se esvaem num único e forte gemido.

Depois, deitados e exaustos, conversam nus. Ml's de fluidos mais leves. Ainda flutuando pelo ápice de prazer recém alcançado. E se beijam, enquanto ele masturba sua vagina lenta e vagarosamente. Mas é tarde. Hora de ir.
Ela o acompanha até a saída. no escuro corredor só se ouve o assobiar do frio. Mais nada. Se despedem no portão, com apenas um abraço. A fantasia que criaram, jaz no túmulo da realidade. E ambos sabem.
Então ele anda e, de repente para, olha para trás, mas não volta correndo, sequer pensara nisso. Apenas acena pela última vez. Se vira, e vai embora.

Ele não sabe o fim dela. Mas sabe o próprio. Ele continua andando. Pois essa é a vida dele, muitas vezes boa, muitas vezes vazia.
Então ele escreve. Bebe. E se afoga em um delicioso e molhado mar de sexo e vaginas.

quarta-feira, 2 de março de 2011

No colo estranho

Um dia negro. Mais um.
As vozes do passado chamam meu nome enquanto fecho os olhos,
e mãos me enrijecem, e me acordam.
Olhos que viram o que não deveriam ter visto. Boca que não se abriu,
mesmo nos ápices da queda da inocência,
que jaz no túmulo de sêmen de onde saíram outros.
Campos nus, carnes idem, névoa baixa, dias velhos.
E o fim. E o recomeço. E o suspiro.
Tudo acontece de novo. E o silêncio.
A tortura construída, engatilhada, prazerosa. Apontada para a pureza, sandice e para a fé. E para a felicidade.
Brincadeiras chamam e barreiras nascem,
e crescem entre os dedos. E toma uma parte de mim.
E a luz.
A luz que nasce e que morre do mesmo jeito. Em libído,
e mãos.
Mãos nunca se vão. Mãos não tem barreiras. Acariciam, afagam, acalmam, sufocam, machucam, marcam, nunca se vão.
Até o fim. O mesmo. Sempre. Triste, frio, solitário.
Sequelas, transtornos, distúrbios.
E o fim.